"Apagão eleitoral" na TV atingirá 71,3% dos eleitores pernambucanos

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19/08/2008 /08/2008
"Apagão eleitoral" na TV atingirá 71,3% dos eleitores pernambucanos

O número de eleitores aptos a votar no Estado de Pernambuco, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), é de 6.065.823, com exceção de Fernando de Noronha, que elege o prefeito de forma indireta. Desses mais de seis milhões, um total 71,3%, não poderão ver os seus candidatos e suas propostas na televisão.
O chamado "apagão eleitoral" só não acontece em quatro das 185 cidades existentes no Estado. São elas: Caruaru, Olinda, Petrolina e Recife, isso porque possuem emissoras com programação própria, sendo os outros municípios apenas repetidores do sinal. Se o guia eleitoral já é considerado, no geral, "chato" pela população, imagina para aqueles que, a partir de amanhã, verão não os candidatos a prefeitos da sua cidade, mas os da capital ou os das cidades vizinhas.
Para os locais sem emissoras geradoras da propaganda eleitoral gratuita existe, sim, uma possibilidade dos candidatos apresentarem suas propostas na televisão. O artigo 29 da lei 22.718 garante reserva de 10% do tempo da transmissão e deve ser pedido ao cartório eleitoral pelo órgão regional do partido. No entanto, segundo a Secretaria Judiciária do TRE, nenhum município entrou com este pedido.
Fora os 28,7% dos eleitores que assistirão ao guia dos seus candidatos, ficará de fora, por exemplo, o segundo município pernambucano com o maior número de eleitores (388.930), Jaboatão dos Guararapes. Para suprir essa falta no processo eleitoral e se tornarem conhecidos, os candidatos apostam em caminhadas, carreatas, distribuição de panfletos, carros de som, comícios, entre outras coisas.
"Sem a TV dificulta muito, mas também seria um gasto muito grande para a campanha. Nestas eleições, as entrevistas nas rádios locais estão suprindo a deficiência de não termos o guia", analisou o candidato, pela terceira vez, a prefeito de Jaboatão, Paulo Rubem (PDT).
O cientista político, Clóvis Myiachi, por sua vez, não acredita que haverá uma grande perda para os eleitores da cidade que sofrerão com o "apagão eleitoral". "Não prejudica a escolha pelos candidatos, até porque o guia apenas constrói uma realidade idealizada e ninguém conhece mais a realidade do que a própria população", afirmou Myiachi. E exemplificou: "Nas eleições passadas o ex-governador, Mendonça Filho (DEM), investiu maciçamente no guia, mas não atingiu o seu objetivo".


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